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Âncora 1
Foto do escritorSusana Teixeira

Abro o meu coração!

Meu coração, abro este canal de comunicação com a saudade de quem já deixou passar algum tempo desde a última vez que escreveu. 


Mas escrever vindo de dentro, vindo de uma ligação bonita, profunda e alegre com a alma que todos trazemos. Às vezes esquecemo-nos desta nossa ligação tão genuína, pura e ancestral. Às vezes custa-nos ouvir aquela que é a nossa verdade, mas que ignoramos por causa dos medos.


Antes não tínhamos medos! Acredito que por algum motivo, muitos de nós, aprendemos, ainda imaturos, que precisávamos de nos proteger desta inocência pura. Aprendizagens duras chamadas rejeição, humilhação, solidão. Metáforas para as 1° vezes que fomos julgadas! E como doeu, prometemos cá dentro, acordamos que nunca iríamos permitir que esta dor regressasse!


E então, disfarçados de valentões, limpamos as lágrimas do rosto, enrugamos a testa e o sobrolho para parecer mais fortes, engolimos a dor e fomos por esse mundo fora vestidos com a nossa armadura.


Nada nem ninguém nos iria convencer a tirar a armadura! Não, enquanto alguma célula do nosso corpo se recordasse do quanto doeu. E estava de tal forma entranhada esta ideia que tínhamos a certeza que era a nossa verdade.


Só que a proteção prometida, não sabia tal como tínhamos idealizado. Doía na mesma, era pesada e carregá-la o dia todo também era com esforço. Já não sorriamos, já não brincavamos, muito menos éramos puros ou inocentes!


E como esta dor doía, fomos obrigados a olhá-la de frente! Não porque quisessemos. Na verdade só queríamos que deixasse de doer! Quando tivemos a energia necessária para olhar devagarinho para as feridas debaixo da armadura, reparamos que o nosso plano não nos tinha impedido de sofrer. Protegeu de experienciar aquelas situações de julgamento talvez, mas também nos protegeu de viver o amor, a inteireza e sobretudo a alegria. Neste ponto de dor, começamos a questionar até que ponto fará sentido continuar a fingir que conseguimos carregar esta armadura!


No momento em que colocamos a hipótese de que assim também não é viver por inteiro, abrimos lugar a algo muito bonito: e se eu pudesse tirar esta armadura, curar as minhas feridas, rodear-me de pessoas que me querem bem?


Aos poucos recuperamos a vitalidade, recuperamos a força básica e a segurança para nos erguermos, sem a armadura. Despidos daquilo que não somos. Começamos a experimentar em segurança, ser mais puros e genuínos, até recordarmos outra vez que é isto que somos. O nosso grande farol será sempre aquilo que o coração sente. Se ele estiver grande a abrir, então o caminho é por ali!

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